Artigos e Opniões - Voz do Estudante

QUAL É A EDUCAÇÃO TÉCNICA QUE QUEREMOS?

*Péricles Francisco e Flavio Nascimento
 Minas Gerais, estado de grandes contribuições ao desenvolvimento do país, porém a educação em nosso estado não tem dado tantas contribuições assim, em especial o ensino técnico.


Minas é um estado com dimensões de nação, porém é um dos poucos estados onde não existe uma rede técnica de educação. Apenas 1,6% dos estudantes matriculados no ensino básico estão nas escolas técnicas que em sua maioria são federais.

É necessário construir um sistema de educação técnica estadual que tenha cursos que sirva para a contribuição de cada estudante ao desenvolvimento do nosso estado e do nosso país.

O Brasil vive um grande momento para a educação técnica, onde o debate está no dia a dia das escolas brasileiras, a reforma do sistema “S” é uma delas. O governo federal irá investir somente no ano de 2009 R$ 1 bilhão, “ai vem à pergunta que não quer calar”: Quantos o governo do estado irá investir no ensino técnico estadual?


Tem outro papo da secretária: “Em dez anos ampliaremos em 100% o ensino técnico à distância!”, Ai eu faço outra pergunta, cadê a prática do ensino técnico? Tem outras práticas da secretária de educação que podemos denunciar, porém não dá para escrever em um único artigo.

Tem uma grande campanha do movimento sindical brasileiro: “EDUCAÇÃO NÃO É MERCADORIA”, governo do Minas vai mais uma vez na contramão da história, abre mais escolas particulares de educação técnica do que bares em Belo Horizonte, olha que BH é a capital dos bares no nosso país.

A educação que temos hoje é mesmo a educação que queremos?




*Péricles Francisco

Presidente da União Colegial de Minas Gerais e,

Vice-presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas
_______________________________________________________


Não ao sucateamento da educação
 * Por Péricles Francisco do Santos

No último dia 8 de abril os trabalhadores em educação de Minas Gerais entraram em estado de greve por tempo indeterminado. Justo, o governo de Minas resiste em implantar o Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN) dos professores de R$ 1.312,85.

A implementação do PSPN em nosso estado representa a valorização de uma área fundamental para o desenvolvimento do nosso povo. Precisamos garantir que a juventude se interesse mais pela docência, ofício de tanto valor na formação cidadã.

O ex-governador Aécio Neves (PSDB) deixou como "herança", um aumento de apenas 10% para os servidores, que não é suficiente. Os trabalhadores em educação de Minas tem hoje um teto, não um piso, de R$ 935,00 que corresponde ao total da remuneração mensal. Este é o 8º pior salário do país. Mais uma prova de que Minas Gerais vai na contramão dos avanços que o povo brasileiro conquistou no último período.

O descaso com os trabalhadores em educação é só mais uma mostra da condução do governo de Minas, além disso, os investimentos nas escolas públicas são poucos, é necessário que se construa um projeto educacional em Minas. A valorização do professor deve estar, juntamente com outras políticas públicas, no centro do debate.

A greve dos professores não poderia vir em melhor hora, o ano de 2010 é um ano importante para as decisões que o Brasil e Minas Gerais tanto necessitam. Cabe a nós, trabalhadores, estudantes e toda a sociedade organizada, ser a vanguarda dessas lutas, e temos que ir além, assim como os servidores da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), no norte mineiro, que também estão em greve por tempo indeterminado. Todo o movimento social mineiro deve ir às ruas e desmascarar o choque de gestão e dizer ao povo que o estado deve ter papel indutor no desenvolvimento. Precisamos é de investimento no povo, com distribuição de renda.

Os estudantes mineiros estão na luta ao lado dos trabalhadores em educação. Convocamos todos os estudantes a estar em estado de alerta e dizer “NÃO” ao sucateamento da educação em Minas Gerais.

* Estudante da Escola Estadual Governador Milton Campos (Estadual Central), Presidente da União Colegial de Minas Gerais (UCMG) e Vice–presidente em Minas Gerais da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES).


A Estrada vai além do que se vê!